Breve História da Freguesia de Salvada

A Salvada é uma freguesia rural que faz parte do concelho de Beja, no Baixo Alentejo. Situada a 11 km de Beja, faza fronteira com as freguesias de Cabeça Gorda, Quintos e baleizão. Encontrando-se rodeada também pelas seguintes localidades. Santa Clara do Louredo, Trindade, Nossa Senhora das Neves e pelo Concelho de Mértola. Possui uma área total de 59.423 KM2 e têm cerca de 1245 habitantes (Valor apurado nos censos em 2001).


Casa do Povo de Salvada

Esta freguesia já existia antes do domínio romano. Dessa época, a arqueologia provou a existência de antigas fortificações que terão sido construídas pelos lusitanbos, antes da chegada dos romanos. CVom este povo, a importância da aldeia aumentou, sobretudo devido à sua excelente condição estratégica, na estrada militar que ligava beja a Évotra. Essas fortificações iriam dessa forma servir como atalaia dessa importante via militar. da época mourisca, foram encontradas algumas moedas, em 1874, quando se procedia ao dersaterro do pavimento de uma casa. chega-se entretanto à fundação da Nacionalidade, e em 1155 marca o ano em que Salvada passa para as mãos da coroa portuguesa.


Cine-Monumental da Salvada

Por volta do século XV - e regressamos a factos puramente históricos - sabe-se que o território que então compunha a freguesia da Salvada pertencia ao Duque de Beja, um titulo criado por D. Afonso IV para o seu irmão, o Infante D. Fernando, que recebeu em doação a então vila de Beja e todo o seu termo.
Em 1757, o "Dicionário Geográfico" refere-se à freguesia de Salvada. Tinha nessa altura setenta fogos e perto de duzentos habitantes, um número inferior áquele que se registava no lugar que lhe era anexo, a Cabeça Gorda, que tinha setenta e quatro fogos.

Em termos administrativos, o território da Freguesia sofreu alterações no inicio do século XX. Em 11 de Abril de 1901, o lugar de Cabeça Gorda era desmembrado da Salvada e passava a constituir uma freguesia independente. Uma elevação a sede de freguesia devido ao grande desenvolvimento que Cabeça Gorda alcançava desde o Século XVIII, e que lhe permitiu criar a sua própria sede. a nivel eclesiástico, a Salvada foi um curato do arcebispo de Évora e posteriormente passou a priorado. o Cura tinha um rendimento anual de quatrocentos e vinte alqueires de trigo.

Esta freguesia é constituida por vários lugares: Cortes pequenas de Baixo, Malhadinha Nova, Monte da Atalaia, Monte da Estrela, Salvada, Vale de Rocins, Monte Vale Loução, Monte do Paço Oitavo, Monte das Oliveira.


Fontes Velhas



A Freguesia de Salvada  escondida geográficamente  num vale  deu origem ás sua próprias histórias e lenda.

Lenda

Certo dia os Mouros planearam um ataque à cidade de Beja mas os cristãos conseguiram descobrir as suas estratégias e prepararam um truque. A estratégia do cristãos foi conhecer umas ervas que cresciam grandes e selvagens e que quando queimadas deitavam fumo que fazia adormecer um homem rapidamente e por muito tempo. As ervas foram queimadas à saída da cidade, o vento levou o fumo e os árabes adormeceram. E foi com essas ervas que os cristãos venceram aos mouros, mataram alguns e os sobreviventes fugiram. Os Mouros sobreviventes descontentes com a derrota, foram destruindo tudo por onde passavam ; só não foi destruída a aldeia da Salvada porque a aldeia fica numa cova e os mouros não a viram. É por isso que a nossa aldeia se chama Salvada.
 
Lenda        

Em Tempos remotos, que a história não regista mas a memória dos Homnes retém e transmite ás gerações vindouras a freguesia que hoje se demonina Salvada chamava-se antes Nossa Senhora da Conceição.
Nessa altura eram frequentes as contendas entre grupos armados na conquista das povoações limitrofes da fronteira ainda não definitiva.
Eram muito temidos os chamados "guerrilhas" que vindos do lado espanhol tomavam e pilhavam as populações indefesas.
Dirigiu-se um deses grupos ao povo de Nossa Senhora da Conceição que entretanto é avisado e se refugia na Igreja, levando os haveres possiveis, jóias e a moeda circulante. Passados três dias em jejuns e orações saíram e pesquisando, aperceberam-se que os "guerrilhas" tinha assentado arraias num vale que nem fica a um quilómetro da aldeia, que não viram e por isso não voltaram atrás.
a justificação é muito simples pois a povoação situa-se num desnivel da planície, uma cova que a esconde e só se vê quando nela se entra.
Este episódio deixou duas mudanças toponímicas. o vale começou a chamar-se Vale da Guerra e a povoação Salvada.
E ficou a atribuir-se á protecção de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da freguesia á qual se presta homenagem através das tradicionais festas realizadas em  no mês Dezembro.

Recolha feita por Mari D`Aldeia

Lenda do Cerro do Guizo


" Lavri muitas vezes no Cerro do Guizo a ve se encontrava o tacho das libras de ouro mas só ó que lá vi foram umas cobras enormes como eu nunca tinha visto." Foi assim que o sr. José António aranha começou a contar a lenda que a seguir é apresentada:
"Diziam os antigos e ouvi isso aos meus avós, que no Cerro do Guizo, o mais alto de quantos se avistam, existiam um tacho de cobre cheio de moedas de ouro guardado por uma serpente encantada que tinha á vista uma das asas, mas por se tratar de encantamento ninguém conseguia encontrá-lo, embora fosse procurado durante séculos por caçadores e pessoas que ali se deslocavam para esse fim. é um local ermo, próximo do Rio Guadiana, rico em caça que se esconde no mato. Há lá fartura de estevas, tojos, rosmaninho e medronheiros. E, ainda lhe digomais: no ano passado, o dono de uma manada, o Chico Verissimo, teve de mandar abater vinte e quatro vacas que durante um ano lá se acolheram. Meteram-se a bravas e não davam mãos. Vieram até pessoas da cidade, o toureiro Veríssimo, o sr. claudino Lampreia e outros, que não tendo conseguido apanhá-las tiveram que as matar. Foi uma pena coitadinhas das vaquinhas... Mas não podiam continuar assim porque faziam estragos nas herdades vizinhas. E as pessoas começavam a queixar-se...
Assim terminou o relato desta lenda agora acrescentada com um facto real, recohida na expressão simples dum filho da Salvada."
Recolha feita por Mari D`Aldeia